quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tragédia


Uma adolescente de 13 anos foi lapidada até à morte depois de violada e condenada por um tribunal islâmico da Somália que a considerou culpada de adultério, revelou hoje a UNICEF.

"É um incidente trágico e lamentável. Uma criança é duplamente vítima, primeiro dos autores da violação e depois daqueles que administram a justiça", denunciou o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para a Somália, Christian Balslev-Olesen.

"Este incidente mostra a vulnerabilidade extrema das raparigas e das mulheres na Somália", acrescentou a UNICEF, assinalando que a violência ligada ao sexo ou ao género é exacerbada pela instabilidade crónica do país, em guerra civil desde 1991.
Aisha Ibrahim Dhuhulow foi lapidada até à morte na semana passada por uma multidão, durante uma execução pública depois de ter sido declarada culpada por um tribunal islâmico de Kismayo, no Sul da Somália.

Segundo a UNICEF, a vítima foi violada por três homens quando se deslocava para visitar a avó. "Depois da agressão, ela procurou a protecção das autoridades, que a acusaram de adultério e condenaram à morte", noticiou aquela agência da ONU.

A cidade de Kismayo foi tomada a 22 de Agosto por uma coligação de combatentes fiéis ao líder islamita Hassan Turki, cujo nome figura na lista norte-americana dos que financiaram o terrorismo, e a "shebab", o principal grupo de combatentes extremistas na Somália.
Depois disso, já foi nomeada uma nova administração para a cidade e começou a ser aplicada de uma forma muito severa da sharia (lei corânica).

Tirado daqui.

4 comentários:

AssimAssim disse...

É lamentável tal tragédia/julgamento para a nossa mentalidade.

É-nos incompreensível o porquê das mulheres serem tão mal tratadas e serem tão julgadas pelos seus actos.

Com estes exemplos é impossível não darmos valor ao que os nossos antepassados conquistaram - liberdade de expressão e emancipação feminina. Tenho pena dessas mulheres pois o próprio país rouba-lhes a dignidade e humilha-as em todos os sentidos.

Ricardo P. disse...

É verdade Maria João!O fundamentalismo islâmico faz uma pesada discriminação no género e não só...Fiquei chocado pela forma como trataram uma criança de 13 anos.
Foi violada e depois de pedir ajuda ás autoridades foi condenada a uma morte bárbara.
Este tipo de noticias não pode passar ao lado da comunidade internacional.
Acho que é nossa obrigação lutar por um mundo mais justo e tolerante onde os direitos humanos sejam respeitados!

bonifaceo disse...

Não há muito mais a dizer. Esses gajos acima de tudo deviam ser julgados e condenados de assassinato por um qualquer órgão internacional. Isto se houvesse tomates.

Ricardo P. disse...

Não lhes vai acontecer nada infelizmente porque neste país a lei é influenciada pela mão muçulmana mais fundamentalista, que desrespeita por completo a mulher.Vamos fazer força para uma mudança na mentalidade...